quarta-feira, 10 de março de 2010

3 mil mulheres e muito chão pela frente


Mais de tres mil mulheres no primeiro dia de caminhada MMM, que teve início no município de Campinas na manhã de hoje debaixo de forte sol. Serão dez dias de atividades e a infraestrutura ainda está sendo ajustada. Durante a tarde aconteceu reunião da coordenação geral com representantes de cada estado participante. A cozinha está concentrada em Cajamar.

As militantes estão divididas em comissões de cozinha, infra-estrutura, segurança, saúde, comunicação, formação e cultura. As equipes são formadas por mulheres de todos os estados, que também revezarão nas tarefas tipo limpeza de cozinha e banheiros, distribuir água e comida, entre outras.

Atividades culturais e de formação acontecerão em Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco. Além disso, dois atos públicos ao longo do caminho, em Várzea Paulista e em São Paulo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

100 anos do 8 de Março

Mulheres no mundo inteiro clamam pela homenagem a vida das líderes feministas que morreram no terremoto do Haiti. 
Honrando a vida das feministas líderes haitianas que morreram no terremoto de 12 de janeiro. Este será o tema do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2010, também aniversário de 100 Anos desta celebração anual. Os grupos de mulheres em todo o mundo são convidados pelo movimento de mulheres haitianas para organizar uma atividade em memória como parte de sua celebração do Dia Internacional da Mulher, em seus países e comunidades.
'Estamos chamando as organizações em todo o mundo se juntar a nós nesse dia para homenagear e chorar a perda de nossas ativistas feministas. Esta celebração nos permitirá reviver e recriar o impulso do movimento de mulheres do Haiti para continuar o importante trabalho de nossas lideranças mortas e do legado que elas deixaram, para que continuemos a trabalhar ', disse Lise Marie Dejean de Solidarite Fanm Ayisyen (Solidariedade com as Mulheres Haitianas - SOFA).

Ela acrescentou que as feministas sobreviventes vão organizar uma atividade em  praça pública no Haiti, quando irão  compartilhar o que se aprendeu com as três líderes feministas a serem homenageadas: Myriam Merlet, Magalie Marcelin, e Anne Marie Coriolan. 

Todos as três líderes tiveram uma longa trajetória no ativismo feminista, pela reforma judicial para transformar a violência sexual numa violação dos direitos humanos das mulheres, a criação de organizações e casas-abrigo para proteger as meninas e mulheres contra a violência doméstica e o tráfico, a publicação de um jornal feminista, além de um centro de documentação e um arquivo histórico,  esforçando-se  para a proteção dos direitos sexuais e reprodutivos.
Merlet era uma ativista feminista e uma conselheira , ex Ministra do Ministério Haitiano de Mulheres. Como um ativista autônoma e firme em suas posições, Merlet ajudou a chamar a atenção internacional para o uso do estupro como arma política e outras questões relacionadas à violência contra mulheres e meninas. Ela foi um dos fundadores da ENFO Fanm, o primeiro centro de documentação e informação feminista, que também promove os direitos das mulheres. 

Magalie Marcelin, uma advogada, ativista e atriz, que há dois anos exortou as mulheres a pressionar os tribunais no Haiti, onde conseguiu um veredicto de culpabilidade contra um homem que havia golpeado sua esposa. Marcelin foi uma das fundadoras da Dwa Fanm, uma organização de direitos da mulher que lida com a violência doméstica, oferece serviços e abrigo para mulheres e fornece microcrédito ou  empréstimos para as mulheres que trabalham nos mercados. 

Anne Marie Coriolan serviu como  conselheira do Ministério das Mulheres. Assessorado por ela, o ministério desenvolveu iniciativas fundamentais para aumentar a consciência sobre a violência contra as mulheres e ajudou a criar os programas para ajudar as mulheres a conquistar a independência financeira. Coriolan também foi o fundadora de Solidarité Fanm Ayisyen (Solidariedade com as Mulheres Haitianas - SOFA), organização de promoção e de serviços 
Para homenagear estas três líderes feministas, entre outros mortos no terremoto, as atividades estão sendo planejadas em todo o mundo, incluindo um especial de mesa redonda na sede das Nações Unidas em Nova York durante a CSW (Comissão sobre o Status da Mulher), organizada por CAFRA (Associação Caribenha Feminista para Pesquisa e Ação), a Comissão Huairou e pelo Acampamento Feministas International entre muitas outras organizações e redes. As deliberações do CCF, que terá lugar durante as 15 sessões de Beijing 15, irá incluir um painel sobre as mulheres no Haiti no sentido de uma resolução proposta por CSW a adotar em relação Haiti e mulheres haitianas.
Atividades locais em outros países para 8 de março já foram anunciadas por organizações de mulheres no Chile, Argentina, Honduras, Porto Rico, Canadá e Brasil. O  Acampamento Feministas International também está solicitando uma declaração de solidariedade da Nobel - Iniciativa das Mulheres.

A Rádio Internacional Feminista Endeavour (FIRE) com a Acampamento Feministas International, irá transmitir as atividades no Haiti, em rádio da Internet com ligações a muitas outras estações de rádio e redes de mídia no mundo inteiro. 

A iniciativa de comemorar o 8 de março, honrando as feministas haitianas saiu da reunião de mulheres do Haiti em 24 de janeiro em Porto Príncipe, o qual foi aprovada em uma América Latina e Caribe reunião da Acampamento Feministas International Myriam Merlet, Magalie Marcelin, e Anne Marie Coriolan, realizada na República Dominicana, no dia 26-27. 

O Dia Internacional da Mulher surgiu a partir da atividade das mulheres em movimentos sindicais durante os séculos 19 e início de 20, e criado formalmente na Reunião da Internacional Socialista em Copenhague, em 1910, da qual participaram mais de 100 mulheres de 17 países. 

O Dia Internacional da Mulher foi comemorado e expandido  em um número crescente de países, e em 1977 a Assembléia Geral da ONU aprovou uma resolução proclamando um Dia das Nações Unidas para os Direitos da Mulher e da Paz Internacional. Na passagem desta resolução, a ONU 'reconheceu o papel da mulher nos esforços de paz e desenvolvimento e pediu um fim à discriminação e um aumento do apoio à participação plena das mulheres e igualdade'. 

Beijing 15 é a 15º ano do seguimento da Conferência Mundial da ONU sobre a Mulher, ocorrida em 1995, na China.

Convite - Exposição Nísia Floresta

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chamado à ação - mulheres em marcha até que todas sejamos livres!


Em 2010, mais uma vez, nós militantes da Marcha Mundial das Mulheres dos cinco continentes estaremos em marcha. Vamos marchar para demonstrar nossa perseverança e nossa força como mulheres organizadas, com distintas experiências, culturas políticas e origens étnicas. Temos uma identidade e objetivos comuns: o desejo de superar a injusta ordem atual que provoca violência e pobreza, e construir o mundo que queremos baseado na paz, justiça, igualdade, liberdade e solidariedade.

Vamos marchar em solidariedade com aquelas mulheres que não tem liberdade para fazê-lo devido às guerras e aos conflitos armados; devido à divisão sexual do trabalho que mantém as mulheres prisioneiras em suas próprias casas; devido ao sistema capitalista e patriarcal que determina que a esfera pública - ruas, lugares de trabalho, lugares de aprendizado e política, espaço para lazer - está reservada aos homens. E devido à falta de tempo das mulheres, por que temos que fazer malabarismos para dar conta das responsabilidades do cuidado com as pessoas ao nosso redor.

Vamos marchar para reivindicar nossos direitos. Vamos marchar para resistir àqueles que querem tirar os direitos que temos conquistado em nossa luta contra a ofensiva do fundamentalismo religioso e dos setores conservadores da sociedade e do Estado. Estaremos em marcha pelo mundo que queremos, no qual a autonomia, a autodeterminação e a solidariedade são pilares da organização da nossa sociedade.

Vamos marchar em luta contra a mercatilização das nossas vidas, sexualidade e corpos. Não somos objetos para vender ou comprar! Nos negamos a ser tratadas como pedaços de carne pelo tráfico de mulheres, pela indústria pornográfica e publicitária! Não vamos aceitar a violência em nossas casas e locais de trabalho! Estaremos em marcha até que todas as mulheres vivam suas vidas livres de violência e ameaça de violência.

Vamos marchar para denunciar o sistema capitalista sexista, racista e homofóbico que explora o trabalho reprodutivo e produtivo das mulheres e que concentra a riqueza na mão de poucos. Demandamos igualdade salarial entre homens e mulheres pra trabalhos iguais, um salário mínimo justo, a reorganização e distribuição do trabalho doméstico e de cuidados e seguridade social sem nenhum tipo de discriminação. Estaremos em marcha até que todas as mulheres tenham autonomia econômica.

Vamos marchar pelo fim imediato dos conflitos armados e do uso do corpo das mulheres como botim de guerra. Vamos marchar para denunciar os interesses econômicos que se escondem por trás dos conflitos, o controle dos recursos naturais, o controle dos povos e o lucro da indústria armamentista. Estaremos em marcha até que todas as mulheres sejam reconhecidas e valorizadas como protagonistas dos processos de paz, reconstrução e manutenção ativa da paz em seus próprios países.

Vamos marchar contra a privatização dos recursos naturais e dos serviços públicos. Vamos marchar pela soberania alimentar e energética, contra a destruição e controle dos nossos territórios e contra as falsas soluções frente a mudança climática. Estaremos em marcha até que nossos direitos a saúde, a educação, a água potável, ao saneamento, a terra, a moradia e soberania sobre nossas sementes tradicionais sejam garantidos.


Some-se a nossa ação!
Mulheres em movimento mudam o mundo!


A 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres será organizada em dois momentos principais:
- De 8 a 18 de março, com marchas e mobilizações nacionais simultâneas de diferentes tipos, formas, cores e ritmos que também marcarão o centenário da Declaração do Dia Internacional das Mulheres, proposto pelas delegadas à 2ª Conferencia Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague em 1910.
- Marchas e ações simultâneas entre 7 e 17 de outubro, com uma mobilização internacional em Kivu do Sul, na Republica Democrática do Congo, como uma forma de fortalecer o protagonismo das mulheres na resolução dos conflitos armados.

Serão realizadas mobilizações, ações e atividades entre estes dois períodos, em vários países e também em nível regional:
- Américas: 21 – 23 de agosto, na Colômbia
- Ásia e Oceania: 12 – 14 de maio, nas Filipinas
- Europa: 30 de junho, na Turquia

A ação internacional é aberta a todas as mulheres e grupos de mulheres que queiram se unir a nós na luta pela construção do mundo que queremos, baseado nas alternativas das mulheres. Venham marchar conosco!

No Brasil, vamos marchar de 8 a 18 de março, entre Campinas e São Paulo. As informações e contatos nos estados estão disponíveis em www.sof.org.br/acao2010, ou pelo telefone (11) 38193876.

A Marcha Internacional também tem um site, com textos, logos e outros materiais que podem ser usados para preparar a ação assim como notícias dos diversos países participantes: http://www.mmm2010.info/

Bancada Feminina define prioridade para o 8 de Março

A bancada feminina da Câmara dos Deputados definiu como prioridade para este mês de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher - 8 de março - a aprovação da PEC 30/07, de autoria da deputada Ângela Portela (PT-RR) que inclui na Constituição a licença-maternidade de seis meses.

Atualmente a licença-maternidade é de quatro meses, mas já pode ser estendida para seis meses para funcionárias de empresas que aderirem ao programa "Empresa-Cidadã", em vigor desde 25 de janeiro deste ano. Alguns estados e o governo federal também já estendem o período da licença. "Essa é uma política pública importante e de cunho social muito significativo", disse a deputada Fátima Bezerra (PT-RN).

Outra prioridade é a aprovação da PEC de autoria da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que garante a participação de uma parlamentar na Mesa Diretora da Casa. "Queremos que a Mesa Diretora tenha a representação das mulheres. É uma vergonha que não haja nenhuma mulher participando da instância de decisão política da nossa Casa", destacou Fátima Bezerra.

Homenagens - A bancada feminina definiu ainda que, na Câmara dos Deputados, o tema das comemorações do dia 8 de março, será a celebração dos cem anos da data. "A ideia é fazer um balanço de quais os avanços e as conquistas ao longo de todo esse período de cem anos. É um momento muito oportuno para que a sociedade como um todo, especialmente as mulheres, façam uma reflexão sobre nossas principais conquistas e onde a desigualdade de gênero continua distante dos nossos desejos", afirmou a deputada Fátima Bezerra.

Haverá ainda homenagens à médica Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança e três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil. Ela morreu no terremoto do Haiti, ocorrido em janeiro. Outra homenageada será Maria da Penha, que inspirou a lei sancionada pelo presidente Lula para aumentar o rigor das punições das agressões doméstica e familiar contra a mulher.

Fonte: PT na Câmara - Gabriela Mascarenhas

SPM lança edital sobre participação das mulheres no processo eleitoral de 2010

Podem se candidatar núcleos e grupos de pesquisa de universidades públicas, fundações universitárias de pesquisa e/ou institutos de pesquisa, organizados em consórcio
A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) lança edital de convocação para apresentação de propostas que visem a implementação de projeto de pesquisa sobre a participação das mulheres no processo eleitoral de 2010. A pesquisa será implementada mediante parceria a ser firmada com a SPM.

O público alvo da convocação são núcleos e grupos de pesquisa de universidades públicas, fundações universitárias de pesquisa e/ou institutos de pesquisa, organizados em consórcio, que possuam comprovada habilidade e experiência em análises de gênero, especialmente na área de participação política.

As propostas serão recebidas até o dia 9 de abril e a divulgação dos resultados se dará no dia 3 de maio. O prazo inicial de vigência do financiamento da pesquisa será de cinco meses, com início em julho de 2010 e final em dezembro do mesmo ano.

Consulte aqui o edital.